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sexta-feira, 1 de maio de 2015

***O amor…***

***O amor…***
Alcança-me uma paz incomum quando nossos corpos serenados após a tempestade que dá vazão ao fluxo de todos os desejos se fazem em turbilhão e o silêncio apenas sofre a ruptura das respirações ainda fortes quando após alguns instantes de completa quietude de movimentos nos procuramos num abraço quase eterno… Os longos momentos sem palavras, posto que dispensassem apenas se comunicam os corpos, as nossas peles, os nossos falos… A tua, tão macia… A paz, de uma profundeza inconcebível;
Alcança-me uma paz incomum, capaz de retirar dos ponteiros do relógio o conceito exato do tempo quando as horas passadas escoam viscosas e incoerentes: instantes duram a eternidade e a indesejada hora do retorno ao mundo se aproxima sempre antes que desejássemos…
No meu acordar matutino sinto labaredas sob a pele que roça a suave chegada da manhã com teu cheiro ainda impresso em meus lençóis, a aragem adentrando os recônditos cantos do meu quarto e da minha vida, não sei de mitos que tenham resistido a uma noite de amor.
Os teus lábios, esses extremados em sua precípua função, sorriem preciosamente e está é a marca indelével de uma boca para beijar…

Em mim, a tua presença, o tato, o olfato…

O amor…

Helenna Souza

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