***O amor…***
Alcança-me uma paz incomum quando nossos corpos serenados
após a tempestade que dá vazão ao fluxo de todos os desejos se fazem em
turbilhão e o silêncio apenas sofre a ruptura das respirações ainda fortes
quando após alguns instantes de completa quietude de movimentos nos procuramos
num abraço quase eterno… Os longos momentos sem palavras, posto que
dispensassem apenas se comunicam os corpos, as nossas peles, os nossos falos… A
tua, tão macia… A paz, de uma profundeza inconcebível;
Alcança-me uma paz incomum, capaz de retirar dos
ponteiros do relógio o conceito exato do tempo quando as horas passadas escoam
viscosas e incoerentes: instantes duram a eternidade e a indesejada hora do
retorno ao mundo se aproxima sempre antes que desejássemos…
No meu acordar matutino sinto labaredas sob a pele que
roça a suave chegada da manhã com teu cheiro ainda impresso em meus lençóis, a
aragem adentrando os recônditos cantos do meu quarto e da minha vida, não sei
de mitos que tenham resistido a uma noite de amor.
Os teus lábios, esses extremados em sua precípua função,
sorriem preciosamente e está é a marca indelével de uma boca para beijar…
Em mim, a tua presença, o tato, o olfato…
O amor…
Helenna Souza
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